A obra 'O Pequeno Príncipe' recebe uma nova versão com referências nordestinas

Por meio da estética nordestina, autor Limeira estende alcance de trabalhos consagrados

A proposta do trabalho de transpor para a Literatura de Cordel o universo criado pelo francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), foi feita pelo autor Josué Limeira, que se vale da riqueza e exuberância de paisagens nordestinas e cultura a fim de homenagear a narrativa que faz parte da vida dele até hoje.

“É também um dos livros mais traduzidos do mundo. Faltava a linguagem do cordel ser incorporada nessa coletânea de idiomas”, observa o escritor pernambucano. Ao planejar a obra, Limeira percebeu estar diante de um momento sublime, necessitando trazer para a adaptação um toque clássico e armorial. 

“O texto seguiria a simplicidade, beleza e alegria do cordel, e as ilustrações fariam correlações com personagens e símbolos da cultura nordestina – basta ver nosso ‘pequeno cabra da peste’ trazendo o chapéu do cangaço, as vestes do maracatu, a pele amorenada e os cabelos amarelados, típicos dos meninos da zona da mata de Pernambuco”, detalha.

Nos versos, o trabalho e pesquisa aconteceram por meio do desenvolvimento de estrofes em sextilhas, procurando rimas que valorizassem cadência e narrativa, gerando na audiência um sentimento de integração entre o erudito e o popular.

Relançada em edição revista pelo selo Yellowfante, do Grupo Autêntica, a obra foi finalista do Prêmio Jabuti em 2016 e agora estende o alcance para mais públicos.

Fonte: Diário do Nordeste